Philip Alston, que foi relator da ONU sobre pobreza extrema e direitos humanos, expõe hoje neste artigo no Guardian o erro de perspetiva do indicador de pobreza do Banco Mundial e os seus efeitos na agenda das políticas públicas. Nos meus dois anos no Banco empenhei-me algumas vezes em evidenciar a importância de uma política social compreensiva e não excessivamente focada na pobreza extrema e em sublinhar a criação e estabilização de classes médias como um objetivo de políticas públicas em países em desenvolvimento. Sem sucesso. O foco era a pobreza extrema ou a criação de mercados, pouco passava pelo meio, para além do capital humano, mesmo se em muitos contextos a ação concreta do Banco vai – ainda bem – muito além do discurso que veicula. Se agora mudarmos de perspetiva será muito bom.